A deputada Lenir Rodrigues (Cidadania) solicitou ao Governo de Roraima atendimento psicológico para os filhos das vítimas de violência doméstica. O pedido foi feito durante pronunciamento, na sessão ordinária desta quarta-feira (2), quando a parlamentar alertou que o desenvolvimento social e emocional da criança ou adolescente pode ser afetado ao presenciar esse crime no lar.
O pedido foi feito por meio de indicação parlamentar protocolada na Casa Legislativa nesta terça-feira (1º). Lenir lembrou que Roraima lidera o ranking de violência doméstica no país e que no ano passado, em média, 11,92 mulheres sofreram com esse crime por dia, segundo dados da Polícia Militar (PM).
O Estado aparece em primeiro lugar com relação às taxas de homicídio do público feminino, um aumento de 93%, segundo o Atlas da Violência 2020. Neste contexto, a grande maioria dos casos deste crime é presenciada por crianças ou adolescentes no lar.
“Os estudos demonstram que as crianças ao presenciarem episódios de violência familiar são suscetíveis a desenvolverem patologias físicas e psicológicas”, explicou a deputada.
O filho imerso nesse ambiente de conflito, pode ter o desenvolvimento afetado, considerando que os pais são as figuras mais importantes na vida, explicou a parlamentar. “O impacto desse trauma pode vir à tona ao longo do tempo, com sintomas de depressão, comportamento suicida, problemas de relacionamento e até reprodução dessa violência”, acrescentou.
Para amparar os filhos das vítimas, Lenir Rodrigues disse que o Estado possui profissionais capacitados para fazer este atendimento.
“Sei do empenho da secretária do Trabalho e Bem-Estar Social, Tânia Soares, e do governador Antônio Denarium, para tentar diminuir esses danos que refletem no desenvolvimento socioeconômico do nosso Estado. Mas acredito que com essa boa vontade será possível atender a nossa indicação parlamentar”, sugeriu.
A deputada deseja que esse atendimento vire realidade, pois há milhares de crianças e adolescentes “vítimas invisíveis” desse crime, necessitando de acompanhamento psicológico no Estado.
“A grande maioria é tratada equivocadamente, como meros coadjuvantes desse crime, não recebendo proteção legal e específica. Isso precisa mudar e estamos aqui para tornar possível”, justificou o pedido.
Texto: Vanessa Brito
Foto: Tiago Orihuela e Marley Lima
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