Violência contra mulher, ciclo de agressões e orientações de acolhimento às vítimas agredidas foram pautas discutidas durante o treinamento dos servidores do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame). A capacitação foi realizada nesta terça-feira (20), no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE – RR).
Durante a capacitação foram abordados temas como “O que é a violência doméstica e familiar?; Fatores da Violência; Indicadores de Violência; Barreiras para Detecção da Violência; e Consequências da Violência.
A funcionária Silvia de Oliveira, copeira na instituição, não conhecia os diversos tipos de violências praticadas contra as mulheres, mas vivenciou situações desta natureza. “Eu já fui vítima de violência e também presenciei pessoas da minha família sofrendo abusos emocionais. Com essa preparação, vou poder ajudar mulheres que procuram o Chame e aquelas que estão ao nosso redor, fora do ambiente de trabalho”, disse.
A iniciativa do Chame teve como objetivo qualificar e instruir os novos servidores para atuarem na atenção integral às vítimas de violência doméstica, atendidas pela instituição. Segundo a coordenadora, Ana Paula Dias, durante a pandemia o número de pessoas que procuraram pela instituição aumentou. “Nossos atendimentos são realizados pelo ZapChame, mas todas as mulheres que procuram nossa sede física recebem apoio psicológico e jurídico”, explicou a coordenadora.
De acordo com a advogada e palestrante, Nanníbia Cabral, a capacitação permitirá um atendimento humanizado às mulheres que buscarem atendimento. “É importante padronizar o atendimento e que todos os servidores estejam aptos a lidar com essas mulheres sem revitimizá-las”, destacou.
O Chame é ligado à Procuradoria Especial da Mulher e atende vítimas de violência doméstica no Estado. Neste período de isolamento social, a maior parte dos atendimentos são via ZapChame no telefone (95) 98402-0502, que funciona 24 horas por dia, de domingo a domingo.
Violência em Roraima
Segundo o monitoramento da violência contra a mulher da série ‘Um vírus e duas guerras’, Roraima aparece entre os 13 estados, de um total de 20 analisados, com uma taxa acima da média, de 0,34 feminicídios por 100 mil habitantes/mulheres. A pesquisa foi realizada no período de maio a dezembro de 2020.
A população feminina de Roraima é formada por 271 mil mulheres. A taxa do Estado é de 0,74 feminicídios por 100 mil mulheres. De acordo com o levantamento da Polícia Civil de Roraima, os casos de violência doméstica cresceram durante a pandemia. Em 2019 foram 964 de agressão psicológica, 775 de violência física e 57 casos de violência patrimonial.
Texto: Bruna Gomes
Foto: Jader Souza
SupCom ALE-RR