Nesta terça-feira (28), a Assembleia Legislativa de Roraima sediou o Fórum Estadual de Políticas para Pessoa Surda, primeiro evento do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, cujo tema central foi “Acessibilidade e Inclusão da Pessoa Surda e a Carreira do Profissional Tradutor e Intérprete de Libras [língua brasileira de sinais]”.
A deputada Lenir Rodrigues (Cidadania), presidente do Programa de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, destacou a importância de se debater temas como esse para a disseminação de informações necessárias a todos.
“Estamos aqui para enfatizar que a sociedade deve ser mais humana, se colocar no lugar do outro, tratar pessoas como pessoas e não como deficientes, respeitando valores e as capacidades de cada um”, afirmou.
O mediador do fórum foi o coordenador do Centro de Apoio à Pessoa com Deficiência, Jean Martins. Toda a programação teve a tradução de duas intérpretes de libras.
Felipe Aleixo, coordenador do Curso de Letras/Libras da Universidade Federal de Roraima, compôs uma das mesas de discussões e levantou a importância da inserção do intérprete de libras na vida dos surdos.
“A dificuldade é que a maioria das pessoas não sabe a língua dos surdos, a libras. E todos devem ter bem claro que ela não é a tradução de cada palavra, é uma língua diferente, assim como o inglês. É por meio destes profissionais [intérpretes] que caminhamos para um país mais igualitário.”
Houve ainda uma palestra sobre a legislação para a pessoa surda e para os tradutores de libras, ministrada pelo subdefensor público-geral da Defensoria Pública, Oleno Matos. No decorrer da programação, Hiderlan Matão Bonfim, vice-presidente da Associação Sui Jure, defendeu que o contato com a língua de sinais deve ser expandido para toda a população, visando à inclusão das pessoas com surdez.
Maycon Kennedy B. Moleta, vice-presidente da Associação dos Tradutores/Intérpretes de Libras de Roraima (ASSOTILS), também fez parte da discussão e tratou da valorização do tradutor de libras no mercado de trabalho, destacando a baixa remuneração desses profissionais frente à carga horária de trabalho e ressaltando ainda a importância do revezamento.
Jean Martins explicou o que será feito com as contribuições tratadas durante o fórum. “Faremos uma espécie de comissão, juntamente aos representantes das instituições presentes no evento e o Conselho Estadual da Pessoa com Deficiência, para tratar da carga horária dos intérpretes, do funcionamento dos centros que estão parados e do retorno de cursos de qualificação de libras para a população”.
Texto: Amanda Teixeira
Foto: Tiago Orihuela
SupCom ALE-RR