O impasse sobre a continuidade das obras do Linhão de Tucuruí, que estão paralisadas na entrada da reserva indígena Waimiri-Atroari, na BR-174, no estado do Amazonas, mas abrange também a região Sul de Roraima, poderá ser resolvido na próxima terça-feira, 26. É que o presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), general Franklinberg Ribeiro de Freitas, se reunirá com as lideranças da etnia Waimiri-Atroari para tratar sobre o assunto e conseguir a autorização para prosseguir a construção. A expectativa do deputado Coronel Chagas (PRTB), é que no dia 27, por ocasião da reunião do Parlamento Amazônico, que acontecerá em Manaus (AM), a Funai dê uma boa notícia ao povo de Roraima.
Coronel Chagas disse, durante a sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALERR) desta terça-feira, 19, que o presidente da Funai vai tratar junto às lideranças indígenas de dois pontos importantes para o cidadão roraimense.
“Um dos pontos que mais preocupa o cidadão roraimense é a questão energética, porque a energia que vem da Venezuela é cara, insegura e causa prejuízos e desconfortos a todos nós, e é uma demanda antiga junto a Funai, ao Ministério da Justiça e de Ministério de Minas e Energia, para que as obras do Linhão de Tucuruí, hoje paralisadas porque não houve consentimento daquela comunidade indígena, passe por dentro da reserva. O presidente da Funai, nessa reunião, vai buscar o aval, o consentimento dos índios para que o Linhão seja construído dentro da reserva”, disse.
Chagas lembrou que as obras paralisadas demandaram diversos esforços pelas autoridades estaduais, porém todos sem êxitos. “Foram movimentos realizados com todas as forças vivas, em caravanas para Brasília (DF), e não se conseguiu um resultado”, relembrou.
Outra ação também importante para o Estado diz respeito à criação de uma reserva extrativista, que também precisa do consentimento dos índios Waimiri-Atroari, para atender as comunidades ribeirinhas do Baixo Rio Brando.
“Para chegar a essa reserva extrativista no Baixo Rio Branco, onde as comunidades ribeirinhas extraem castanha do Pará, é preciso transitar pelo rio Jauperi e passar por dentro da terra indígena. Os índios colocaram uma corrente impedindo o trânsito, e isso está prejudicando os moradores ribeirinhos”, detalhou Coronel Chagas, ao ressaltar que esse impasse existe desde 2007, mas que agora há um movimento da Funai em conjunto com ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para resolver a questão.
Marilena Freitas