Serem protagonistas da própria história é o desejo dos alunos que estão participando nesta sexta-feira, 04, da 1ª Conferência Parlamento Juvenil do Mercosul (PJM), que está sendo realizada até as 18h de hoje, no plenário Deputada Noêmia Bastos, da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima. Estudantes de dez escolas do ensino médio, incluindo unidades de ensino dos municípios de Pacaraima e Mucajaí, foram convidadas para o evento que contou com a participação de representantes do Parlamento Juvenil do Mercosul dos estados da Bahia (BA), Piauí (PI) e Santa Catariana (SC), os quais vieram com a missão de compartilhar experiências.
Com o tema principal ‘O ensino médio que queremos’, os debates estarão vinculados à educação, e entre os assuntos estão a inclusão educativa, participação cidadã, direitos humanos, diversidade de raça, etnia e gênero, integração regional e trabalho. No encerramento será confeccionado o Documento de Posicionamento do Estado com as propostas dos alunos de Roraima, além de uma Carta Aberta, que será assinada pelos presentes e que irá reforçar o documento que será entregue ao Ministério da Educação e Cultura (MEC).
O evento conta com a participação da presidente da Comissão dos Direitos da Família, da Mulher, da Criança do Adolescente e da Ação Social, deputada Angela Águida Portela (PP), que presidi a Mesa. “Esse é um evento importante para dar visibilidade a esse cidadão que desde que nasce já tem garantido, por lei, seus direitos, mas que a sociedade ainda não sabe lidar bem com isso. Precisamos entender que os jovens têm uma capacidade transformadora, opinião formada e sabem o que querem e podem contribuir com o desenvolvimento do Estado e do país. Então precisamos reconhecer isso e esse processo de internalizar a cidadania e de contribuir com a sociedade se fortalece nesses espaços de debate. Esse evento vem dá essa condição, tirar a juventude dessa zona de conforto e chamá-los à responsabilidade porque todos nós, enquanto cidadãos, somos corresponsáveis pela sociedade em que estamos inseridos”, disse a deputada.
A coordenadora do Parlamento Juvenil Mercosul pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), Terezinha Vinhoti Meireles, disse que a participação do alunado e das escolas no programa ainda é tímida. “Acredito muito nesse programa, mas a nossa demanda ainda é muito pequena porque só temos participando aproximadamente 15 escolas do ensino médio, apesar de ser importante a participação do jovem, que tem a oportunidade de discutir a política para o ensino médio. Já existem propostas dentro do ensino médio inovador que são oriundas do Parlamento Juvenil do Mercosul”, disse.
O parlamentar jovem Mercosul de Roraima, Darlan Filho, 17 anos, para o biênio 2017-2018, ressaltou que pela primeira vez será levada em nível nacional a voz da juventude roraimense para compor o documento sobre o ensino médio que eles almejam. “Nosso objetivo com essa conferência é jovem educar jovem por meio das experiências vivenciadas. A experiência como parlamentar está sendo muito bacana, mas o principal é representar o meu Estado”, afirmou, ao salientar que a palestra intitulada ‘O ensino médio que queremos’, será uma oportunidade de troca de experiências.
Representante do PJM do Estado do Piauí, Hitaedson Ribeiro Matos, 18 anos, contou que integrar o parlamento é vislumbrar novos horizontes. “Mudou totalmente minha vida tanto na questão profissional quanto pessoal, pois hoje sou uma pessoa mais evoluída por conta do choque cultural que tive no contato com outros jovens. O aprendizado que tive me ajudou a reformular o meu projeto Academia de Letras Juvenil, que está em fase de implantação”, relatou.
Desde os 12 anos de idade, a jovem Carolina da Silva Lima, 18 anos, investe nesta caminhada de cidadania através de projetos sociais. Atualmente a roraimense é embaixadora juvenil do Brasil nos Estados Unidos e acredita que eventos dessa natureza reforçam a integração desse público alvo.
“Acredito que é importante a gente falar para essas pessoas que estão aqui ‘você que está aqui tem voz; você será ouvido’. A gente precisa entender que cada um que está aqui é sujeito de direito e dono da sua própria história. A partir do momento em que essas pessoas perceberem que quem está falando ao microfone, contanto experiências, tem a mesma idade que ela, se perguntará o que já fez para mudar o contexto em que vive, qual é a diferença entre eu e ela. Esse empoderamento transformação e quanto nos empoderamos dentro de casa, a comunidade em que a gente vive começa a mudar”, disse.
A aluna Catarina Nogueira Wottrich, 16 anos, do 3º ano da Escola Estadual Lobo D’Almada, não tinha dúvida que o evento iria contribuir com sua formação política e cidadã. “É de uma importância imensa a conferência porque a gente sempre precisa de um programa que possa falar pela gente, propor as mudanças que precisam ser feitas. Não tenho pretensão em ser candidata a um cargo eletivo no futuro, mas pretendo criar uma organização não-governamental (Ong) para ajudar as crianças, afinal essa também é uma forma de fazer política”, disse a estudante.
Por Marilena Freitas
SupCom/ALE-RR