ATÉ 31 DE DEZEMBRO
Assembleia Legislativa reconhece calamidade pública em Roraima e rejeita vetos governamentais

Com 17 votos favoráveis e dois contrários, os deputados aprovaram nesta terça-feira (8) o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 002/2022 sobre o pedido de reconhecimento do estado de calamidade pública em Roraima, até 31 de dezembro deste ano, vigente desde março de 2020 (Decreto Executivo 28.635-E), em decorrência do enfrentamento à covid-19.

A matéria recebeu emenda parlamentar que restringe o estado de calamidade para instituições como a Defesa Civil, Educação, Saúde e leis que dependem desta situação para manter-se vigente.

Antes da votação, o PDL foi amplamente discutido entre os parlamentares que apresentaram posicionamentos favoráveis e contrários à medida. O líder da base governista, deputado Coronel Chagas (PRTB), explicou que o estado de calamidade está vigente desde março de 2020 e não se limita ao andamento do desastre para ter legalidade.

“No caso da pandemia, decorre mesmo que a situação epidemiológica esteja controlada”, destacou, acrescentando que, apesar das reduções de casos da doença, o orçamento continua atingido.

Chagas citou que a aprovação do PDL garantirá a manutenção de leis importantes para a população. “A redução do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] sobre os combustíveis só foi possível em razão da calamidade pública, caso contrário o governo teria que majorar em outros impostos”, defendeu.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Soldado Sampaio (PCdoB), disse que a necessidade em aprovar a prorrogação ocorre em um momento de reconstrução do sistema público.

“Os efeitos na economia, vários [processos] seletivos na Setrabes [Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social], na Saúde, no governo são frutos do estado de calamidade. Temos que ter clareza e responsabilidade”, assegurou.

A deputada Angela Águida Portella (PP) defendeu a responsabilidade na divulgação de notícias e informações sérias a respeito do projeto. “Importante que a população saiba que está sendo enganada quando dizem que as compras serão feitas sem licitação. Elas são feitas sob os órgãos de controle, mas de forma menos burocrática”, argumentou.

Além disso, a parlamentar citou benefícios aprovados pela Assembleia Legislativa, por meio de leis, com vigência até o fim da calamidade pública, como a cobrança de tarifas de serviços básicos, gratificação de 50% no salário de servidores da Saúde, contratação de psicólogos e fisioterapeutas para atuarem na recuperação de pacientes com covid-19 e projetos sociais para suprimento de alimentos.

A deputada Catarina Guerra (SD) defendeu a importância da aprovação do PDL. “Não há mau uso de recursos pelo Executivo”.

Para o deputado Renato Silva (Pros), Roraima foi sobrecarregado antes da pandemia com o avanço da imigração e o uso excessivo dos serviços públicos. Ele destacou ainda a manutenção de leis importantes, como a 1.389/2020, que proíbe o corte de serviços como energia elétrica e água enquanto perdurar este período. “Pessoas que mais precisam, que não puderam trabalhar por causa da pandemia e ainda tem gente morrendo com essa doença, pessoas em leitos de hospital”.

Já o deputado Renan (Republicanos) afirmou que esse reconhecimento de calamidade deve ser aprovado em benefício da população. “Acho que esta Casa, por questão de justiça, tinha que aprovar a calamidade de seis em seis meses”. Os deputados Tayla Peres (PRTB) e Chico Mozart (PP) defenderam o PDL.

O recém-empossado deputado George Melo (DC) opinou sobre o assunto. “A gente anda nas ruas, supermercados, muitas pessoas buscam emprego porque empresas fecharam. Se o governo terá agilidade, então vamos dar agilidade”. Gabriel Picanço (Republicanos) complementou. “Nós temos que acreditar que o governo está fazendo bem, precisa destravar o Estado”.

Dois parlamentares foram contrários à matéria. Horas antes da votação, Dhiego Coelho (PTC) usou a tribuna para se posicionar contra o PDL. Ele disse que na pandemia Roraima passou por escândalo nacional com o superfaturamento de respiradores para atender às UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) com pacientes com covid-19. “Se não tivesse a denúncia, teríamos engolido esses respiradores a R$ 240 mil”, falou.

Nilton SindPol (Patri) comentou sobre a experiência na CPI da Saúde (Comissão Parlamentar de Inquérito), quando se verificou a existência de superfaturamento e várias pessoas foram indiciadas. “Fui vice da CPI da Saúde e vimos como foi a farra com esse dinheiro. (…) Indiciamos várias pessoas por esses supostos desvios e antecipo meu voto, é não”.

Vetos

Os parlamentares analisaram e votaram durante a sessão três mensagens governamentais relacionadas a vetos parciais a projetos de lei de deputados encaminhados para sanção pelo Poder Executivo.

A primeira tratou do veto parcial ao PL nº 147/2020, de autoria da deputada Yonny Pedroso (PP), para incluir no calendário oficial o Setembro Verde – mês de valorização e inclusão social das pessoas com deficiência. O Executivo salientou, em justificativa, que a proposta onera o Estado, entendimento não compatível com o dos parlamentares. Por 18 votos, o veto parcial aos artigos 2º e 3º do PL foi rejeitado.

Outra matéria a receber 18 votos contrários à decisão do governo foi o PL nº 054/2021, que institui a Política Estadual de Incentivo à Prática de Esportes na Terceira Idade, de autoria da deputada Betânia Almeida (PV).

A terceira mensagem governamental, referente ao PL nº 093/2021, que dispõe sobre a instituição do Programa de Prevenção às Doenças Ocupacionais do Educador da Rede Estadual de Ensino, da deputada Betânia Almeida, recebeu 18 votos favoráveis pela rejeição à decisão do Executivo.

As matérias serão encaminhadas para sanção. Se não forem aprovadas, serão promulgadas pela Assembleia Legislativa de Roraima.

Texto: Yasmin Guedes
Foto: Nonato Sousa
SupCom ALERR

LEGALIZAÇÃO
Mineração em áreas não indígenas de Roraima vai ser discutida em audiência pública

O deputado Renan (Republicanos) usou a tribuna na sessão ordinária desta terça-feira (8) para anunciar e convidar a população a participar de uma audiência pública que vai debater o minério legal em áreas não indígenas. O evento acontece em 17 de março, das 15h às 18h, no Plenário Deputada Noêmia Bastos.

“Quero convidar toda a população e todos os nossos amigos parlamentares para discutirmos a legalização da mineração em ‘áreas brancas’, não indígenas. Vamos trazer geólogos e informações da mineração no Estado do Pará”, disse.

Renan reforçou que a ideia da audiência é desconstruir a visão errônea que se tem sobre a garimpagem de minérios, bem como das pessoas que desenvolvem essas atividades.

“Muitos têm os garimpeiros como bandidos, e não são. Eles são trabalhadores que buscam a legalização do garimpo. Acredito que essa audiência vai mudar a história do nosso Estado com relação ao minério legal que pode ser extraído de acordo com as normas de fiscalização ambiental, que devem ser respeitadas”, afirmou.

Renan acrescentou que a audiência terá também como finalidade saber como funciona a legalização do garimpo no Pará, que servirá de base para o Estado de Roraima.

Curso de formação

O deputado aproveitou para falar sobre o curso de formação da segunda turma da Polícia Penal, que já passou por todas as fases. “Estamos esperando agora o governador marcar o início das aulas, até porque os recursos já estão garantidos. Espero que ele tenha sensibilidade, e sei que tem, pois tem investido pesado na segurança pública do Estado. O exemplo está nas ruas”, disse, ao agradecer o empenho dos demais deputados.

Texto: Marilena Freitas
Foto: Alfredo Maia
SupCom ALE-RR

FAMÍLIAS ILHADAS
Deputado Marcelo Cabral demonstra preocupação com fortes chuvas em Amajari

Durante sessão plenária desta terça-feira (8), o segundo-secretário da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Marcelo Cabral (sem partido), usou a tribuna para externar sua preocupação com a situação de calamidade em Amajari, município impactado pelas chuvas que atingem o Norte do Estado. Ele indicou os principais impasses, além da dificuldade de tráfego diante da queda de pontes, e pediu apoio da Casa para minimizar os transtornos.

“Várias pontes e vicinais foram destruídas. A água passou pela BR-203, que ficou submersa. O povo está muito assustado com o volume de água, ainda no verão. Quero pedir apoio à Casa, aos pares, a cada deputada e deputado para nos ajudar nesse momento”, disse.

Cabral apresentou cinco indicações ao governo estadual para reconstrução e recuperação de pontes, bueiros e vicinais, e afirmou que já procurou o governador, Antonio Denarium (PP), e o secretário estadual de Infraestrutura (Seinf), Edilson Damião, para articular ações de enfrentamento no município.

“Ontem mesmo, conversei com o governador e o secretário e rapidamente eles atenderam ao nosso pedido. Falei também com a prefeita de Amajari, Núbia Lima. O município é grande e nunca tinha visto no mês de março uma situação dessas. A ponte do Trairão foi atingida. São 12 metros de altura e a água conseguiu atingir”, explicou. O parlamentar sugeriu também a criação de uma moção de apoio para auxiliar o município.

Aparte

A deputada Angela Águida Portella (PP) se solidarizou com os moradores de Amajari e sugeriu ao Poder Executivo um repasse extra para socorrer as famílias atingidas.

“Precisamos juntar esforços junto ao governador e pedir ajuda, levando cestas básicas, reconstruindo as residências destelhadas, a fim de dar condições para que essas famílias sejam acolhidas”, destacou.

Transtornos assolam município 2021

Os moradores da Vila Bom Jesus, em Amajari, distante 164 quilômetros de Boa Vista, estão desde o final de 2021 com dificuldades para entrar e sair das comunidades. Fortes chuvas derrubaram duas pontes de madeira, que dão acesso à localidade e a outros pontos do município e à capital do Estado, o que deixou dezenas de pessoas ilhadas. À época, Marcelo Cabral acompanhou de perto a situação, visitou as famílias e verificou as condições do tráfego no local.

O parlamentar participou de uma reunião com o governador para discutir ações que minimizem os impactos causados pelo grande volume de chuvas que colapsou as estruturas de madeira. Equipes da Defesa Civil estiveram no local para trasladar os moradores por meio de barco. Cestas básicas e água potável também foram distribuídas às 14 famílias ilhadas.

Texto: Kátia Bezerra
Foto: Marley Lima
SupCom ALE-RR

COVID-19
Dhiego Coelho é contra reconhecimento de calamidade pública em Roraima

O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) nº 02/2022, para reconhecimento de calamidade pública devido à covid-19 em Roraima, foi tema de discurso do deputado Dhiego Coelho (PTC) na sessão desta terça-feira (8). Para ele, não há fundamentos para justificar a aprovação da matéria, pois o número de casos está em queda no Estado.

Coelho leu, na íntegra, a Mensagem Governamental nº 003/2022, pela qual o Governo do Estado encaminha, para votação na Assembleia Legislativa de Roraima, o PDL com a justificativa apresentada pelo chefe do Poder Executivo.

“O presidente da República [Jair Bolsonaro, PL] apoia que o ministro da Saúde [Marcelo Queiroga] rebaixe o status da covid-19 de pandemia para endemia. Ao consultarmos o histórico e os casos da doença, vemos que há uma redução. Há cidades e Estados flexibilizando, tirando restrições e a obrigatoriedade do uso de máscara”, disse Dhiego Coelho.

O parlamentar criticou ainda a postura do governador Antônio Denarium (PP) de participar de eventos públicos e provocar aglomerações sem o uso de máscara de proteção facial.

“Qual o intuito hoje em declarar calamidade quando não existem mais leitos cheios, a Secretaria de Saúde declarou que estão vazios, sem pacientes com covid-19? Vamos voltar a uma coisa que não existe para justificar a calamidade pública?”, questionou.

Dhiego Coelho não abriu espaço para debate, em aparte, para os demais deputados, e aproveitou para esclarecer que é oposição ao Governo do Estado. “Algumas pessoas tinham dúvidas, mas quero deixar registrado aqui na Assembleia Legislativa”, concluiu.

Texto: Yasmin Guedes

Foto: Marley Lima

SupCom ALERR

SALVAR VIDAS
Banco de Leite da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth precisa de doadoras


O Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth está com déficit de leite materno humano e conta com a doação voluntária para suprir o estoque. Em fevereiro, houve o registro de 78 doadoras ativas. Diariamente, são doados apenas 50% da quantidade ideal para atender à demanda. Em média, numa UTI (Unidade de Terapia Intensiva), um bebê necessita mamar oito vezes por dia.

“O ideal seriam seis litros de leite por dia, para ofertar somente leite humano para os bebês da UTI. De segunda a sexta-feira, recebemos cerca de dois a três litros diariamente”, disse a psicóloga Marina de Lima Álvares, do Banco de Leite da maternidade, ao salientar que em dezembro e janeiro, devido às férias, essa quantidade diminui.

 

 

A Lei nº 1.539/202, de autoria do deputado Chico Mozart (Cidadania), incentiva a doação de leite humano, isentando as doadoras do pagamento de taxa de inscrição em concurso público e vestibular realizados no Estado. “A isenção é válida para as mães que doaram, pelo menos, 15 vezes nos 12 meses anteriores à publicação do edital do concurso público e vestibular”, explicou o parlamentar.

Para se tornar doadora, basta entrar em contato com o Banco de Leite pelo WhatsApp no número (95) 98414-0772 e preencher o cadastro on-line. Marina detalhou que a mulher precisa estar saudável.

“A mãe não precisa sair de casa para ir ao Banco de Leite. Temos uma parceria com o Corpo de Bombeiros que faz a rota coletando o leite armazenado para trazer à maternidade. Em fevereiro, o estoque de leite melhorou, mas é uma quantidade que não nos deixa seguros porque, a qualquer momento, a UTI lota e o estoque, que precisa ser mantido sempre em alta, vai sendo consumido”, destacou.

A estudante de psicologia Camila Carolina da Costa Eloi, 25 anos, decidiu colocar em prática o sonho antigo de ser doadora de leite materno. “Tenho esse desejo de doar leite desde a primeira gestação, mas não doei por falta de informação. Nesta gestação, vou doar porque vejo a necessidade desse primeiro contato da criança. Sinto-me muito bem porque sei que vou contribuir. Se cada um fizer um pouquinho, já é suficiente”, disse.

 

 

Agosto Dourado

A Lei nº 1.413/2020, da deputada Angela Águida Portella (PP), criou o “Agosto Dourado”, mês dedicado às campanhas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. A data faz parte do calendário oficial do Estado e estimula o debate sobre a importância desta ação entre as mães que amamentam.

Doação de pote de vidro

O Banco de Leite da maternidade também necessita de potes de vidro para o armazenamento de leite materno. Os interessados em doar também podem entrar em contato via WhatsApp. A instituição providencia a busca. O ideal, segundo a psicóloga, são os potes com tampa de plástico, como as embalagens de café solúvel.

 

 

 

Texto: Marilena Freitas

Foto: Marley Lima

SupCom ALE-RR