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Núcleo encerra atividade com apresentação de peça teatral sobre tráfico de pessoas

As apresentações, nos turnos matutino e vespertino, após o intervalo, são para mostrar as autoridades integrantes da Rede de Proteção.

Amanhã, dia 14, será diferente para os alunos da escola estadual Camilo Dias. É que o Núcleo de Tráfico de Pessoas, da Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), encerrará as atividades do projeto ‘Educar é Prevenir’, com apresentação de uma peça teatral tendo como tema o tráfico de pessoas. A instituição de ensino fica localizada a rua Tenente Guimarães, no bairro Liberdade.

As apresentações, nos turnos matutino e vespertino, após o intervalo, são para mostrar as autoridades integrantes da Rede de Proteção convidadas pela Procuradoria Especial da Mulher (PEM), por intermédio do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas Mulheres de Tráfico de Pessoas.

Sarah Brendha, de 14 anos, estuda no nono ano do Ensino Fundamental II, pela manhã. Ela vê essa oportunidade de falar sobre tráfico humano, uma forma de alertar aos demais colegas sobre os perigos desse crime que acontece sem que ninguém perceba, mas causa uma ferida em muitas famílias. “Muitas pessoas não têm a noção do perigo e a gente pensa que não pode acontecer com a gente. Na maioria são pessoas próximas a nós que são aliciadoras”, destacou.

A estudante disse ainda que é importante que muitas tenham conhecimento sobre isso para não se deixar levar. “É importante a gente abordar esse tema para abrir os olhos das pessoas, para que elas possam enxergar a realidade e ficar ciente da situação”, frisou. Contou que baseado em informações adquiridas através do ensinamento dos professores, a turma apresentará uma peça teatral sobre tipos de tráfico humano: para fins comerciais e sexuais.

A encenação, inspirada em um documentário sobre tráfico de pessoas, terá nove membros divididos entre personagens: traficante, policial, consciência e vítimas, incluindo a história de uma grávida. A estudante Kaillane de Araújo explicou que o enredo será sobre o aproveitamento da vulnerabilidade pelos aliciadores.

“Os traficantes farão uma proposta de emprego e meu sonho, na peça, é ser modelo, outra tem a necessidade de ajudar os pais doentes e uma está grávida. Mas quando chega ao local a realidade é outra”, contou, mas o final será revelado na manhã desta sexta-feira (14), na quadra da escola.

A garota lembra que chegou a conhecer, na vida real, uma mãe cuja filha recebeu a mesma proposta, levada ao exterior e que virou garota de programa, impedida de voltar a Roraima. “Viajei para Bonfim e lá tinha a mãe de uma garota que chorava muito, agoniada e falou que a filha tinha sido levada para outro país”, lamentou. Impressionada, falou em não acreditar que isso está cada vez mais próximo da pessoa.

A responsável em acompanhar a turma, a professora de artes Andrea Siqueira, apresentou durante um diálogo e definiram, ali, o que fariam para expressar a situação. “Tiveram uma conversa sobre tráfico de pessoas pra entender como acontece isso, pra entender que as pessoas, principalmente as mais próximas, podem ser uma aliciadora”, explicou.

Esse tipo de crime acontece com qualquer pessoa. Para a professora, a pessoa que se encontra nesse meio é fria e sem sentimentos de humanidade. “Esse de dentro de casa [próximo] percebe que tudo tem preço, o ser humano tem preço, o seu próprio filho tem preço”, alertou ao dizer que a peça será um resumo de tudo que os alunos aprenderam durante a semana.

Para a coordenadora do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas Mulheres de Tráfico de Pessoas, Socorro Santos, quando a comunidade escolar recebe mais informações sobre o crime, diminuem as chances de envolvimento. “Alunos empoderados de informação tem mais possibilidades de não cair no convencimento da sedução. Sabe que é bonita, mas não para ser capa de revista, joga bola, mas não para ser jogador famoso de futebol. O adolescente está numa fase da vida de muitas escolhas a percorrer”, exemplificou.

E foi para esclarecer as dúvidas dos jovens que a Procuradoria Especial da Mulher elaborou o projeto Educar é Prevenir para levar a eles, com uma linguagem simples e descontraída, instruções que favorecem a reflexão e os comportamentos de risco de vida desses adolescentes e jovens.

Por Yasmin Guedes

SupCom/ALE-RR

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