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Assembleia leva projeto Papo Reto a alunos da Escola Maria das Dores Brasil

A Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa por meio do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), que desenvolve na rede estadual de ensino os projetos Educar é Prevenir e Papo Reto, realizou na manhã desta quarta-feira, 18, mais uma palestra sobre a violência contra a mulher. Dessa vez, o alvo do projeto Papo Reto foram os alunos do ensino médio da Escola Estadual Maria das Dores Brasil, localizada no bairro 13 de Setembro.

A assistente social do Chame, Suzana França, disse que as palestras abrem um leque de informação sobre os tipos de violência praticados contra a mulher. “As atividades do projeto Papo Reto ajudam a identificar os adolescentes que estão passando por essa problemática na família. Já identificamos muitos casos que estavam obscuros”, disse, ao ressaltar que além de identificar agressões vivenciadas no cotidiano, a palestra ajuda a prevenir os mais variados tipos de violência.

Conforme detalhou, é importante trabalhar com esse público alvo nas escolas porque, se essa base conseguir absorver que a violência contra mulher é um ‘câncer’, que destrói várias famílias, novos paradigmas serão construídos para a criação de uma sociedade em que se respeita o direito e a dignidade da pessoa humana. “O público jovem e adolescente é importante assistir as palestras por ser um público que está em fase de desenvolvimento, portanto mais fácil para absorver essas questões. As orientações dadas nas palestras ajudarão esse público a identificar onde buscar ajuda quando estiver diante de uma situação de violência contra a mulher”, explicou a assistente social.

Nas palestras os alunos passam a conhecer os tipos de violência que existem e as que são mais praticadas no cotidiano. São orientados também sobre a forma correta de agir quando se encontrarem diante de uma situação de violência. A dinâmica utilizada pela equipe multidisciplinar do Chame, ajuda os alunos a perceberam casos de violência que passam despercebidos no dia a dia, que em determinadas situações estão embutidas em uma ‘brincadeira’.

A coordenadora da Escola Maria das Dores Brasil, Geruzia Catarina Macedo Sousa, disse que a parceria com o Chame corrobora com o projeto pedagógico desenvolvido pela Escola. “Essa parceria com o Chame é de suma importância porque vem nos ajudar. Trabalhamos em sintonia – coordenação pedagógica e orientação educacional – e o nosso público é muito diversificado, inclusive alunos que já estão em relacionamentos e vivem com o parceiro. A escola tenta ajudar nos conflitos domésticos, mas quando se tem uma parceria de uma equipe multidisciplinar para nos orientar a conversar com esses alunos é bem melhor”, explicou.

Essa parceria chega a suprir um déficit profissional que existe na rede pública de ensino. “Nós pedagogos e professores de áreas específicas não temos a especialidade do psicólogo, do assistente social. Seria importante que tivesse no serviço de orientação educacional uma equipe multidisciplinar, pois a presença do psicólogo e do assistente social na escola ajudaria muito nosso trabalho porque, às vezes, nos deparamos com problemas que fogem do nosso controle, e aí temos que encaminhar para a rede. Se tivéssemos essa equipe a gente poderia solucionar o problema em um espaço de tempo bem menor. Às vezes, passamos o ano inteiro trabalhando o problema e não conseguimos ter um sucesso satisfatório, e até perdemos o aluno porque a família entende que estamos intervindo na educação dele”, ressaltou.

O aluno Brayn Ribeiro de Oliveira, 17 anos, era um dos estudantes que estava atento à orientação da equipe do Chame, e relembrou as agressões que a mãe sofreu nas mãos do padrasto. “É importante essa palestra para orientar os alunos que são adolescentes e que já estão passando para outra fase da vida [jovens que vão entrar em relacionamentos amorosos]. É importante para aqueles que costumam presenciar agressões verbais, violência física, para entenderem que as mulheres nos trouxeram ao mundo, são elas que lutam pelo bem da gente. Eu presencie meu padrasto agredir minha mãe. Na época, eu tinha 10 anos e me sentia muito mal porque percebia que ela ficava triste. Graças a Deus hoje está tudo bem”, relembrou.

A aluna Graziella Marcos, 16 anos, tem consciência que neste momento muitas mulheres estão sendo violentadas. “Isso é muito grave, pois muitas estão morrendo por conta dessa violência. Muitas mulheres sofrem no silêncio porque não querem denunciar seus parceiros, mas devem denunciar porque podem perder, resultando no sofrimento das famílias, pois os filhos podem ficar numa situação complicada. A violência está no cotidiano, em todos os lugares, e é importante respeitar e valorizar a mulher”, disse.

Ela contou que já teve uma amiga que foi agredida pelo namorado e que, na ocasião, incentivou a denunciá-lo. “É preciso ser forte e denunciar porque não dá para viver em um relacionamento apanhando, afinal, a mulher é um ser humano e os humanos não nasceram para apanhar, principalmente quando é um homem batendo em uma mulher”, afirmou.

Marilena Freitas

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