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ABRINDO CAMINHOS – Crianças com autismo desenvolvem habilidades durante aulas de Jiu-Jitsu

Há um ano e três meses, Sávio Barata da Silva, 6 anos, com diagnóstico de autismo, pouco falava e só caminhava se estivesse segurando nas mãos dos pais. Essa rotina mudou e a realidade atual é de alegria aos familiares. Mas essa mudança só foi possível depois dele fazer as aulas de jiu-jitsu no Programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa de Roraima. Hoje, no Dia Mundial de Conscientização do Autismo, os pais dele afirmam que têm muito a comemorar.

“Antes do Abrindo Caminhos ele praticou natação e hipismo, mas foi neste programa que ele se desenvolveu. Aqui ele passou a interagir com as pessoas, e creio que isso aconteceu porque a equipe desse programa não só recebeu o Sávio, mas abraçou a causa e passou a trabalhar em cima disso”, contou a mãe de Sávio, Silmara Rodrigues, 37 anos, operadora de caixa, ao ressaltar que o diagnóstico foi revelado depois de uma crise de epilepsia, aos dois anos de idade.

Ela lembra que nos primeiros meses foi muito difícil, mas que esta etapa foi superada com a parceria entre a equipe multidisciplinar do Abrindo Caminhos e os pais. “Nos primeiros meses não foi fácil e o pai dele tinha que acompanhar as aulas, mas a interação do professor, da equipe do programa e das crianças ajudou o Sávio em 100%. Hoje o resultado é surpreendente porque ele voltou a falar, a abraçar, a beijar e a ser mais educado. Palavras como ‘por favor’ e ‘obrigado’ fazem parte do vocabulário dele. O melhor disso é que as pessoas percebem a mudança positiva”, disse Silmara.

A história do pai do Sávio, Sérgio Barata da Silva, 40 anos, é de amor incondicional. Ele decidiu se tornar autônomo, logo após saber do diagnóstico, para melhor cuidar do filho. “Depois que descobrimos o autismo, tive que arcar com a responsabilidade para levar meu filho para as terapias, então abri mão do meu trabalho para ter mais tempo e melhor cuidá-lo”, contou.

O esforço valeu a pena e hoje Sérgio comemora a vitória. “Antes de praticar o jiu-jitsu ele não tinha firmeza na perna. Do nada caia. O esporte deu o suporte físico que ele precisava para aprender a cair e não se machucar. Quando o vi pela primeira vez lutando, foi um choque, mas aí percebi que tinha aprendido a cair sem se machucar. Espero agora que o projeto dê a ele um suporte para que se desenvolva ainda mais e, no futuro possa participar de campeonatos”, disse.

A coordenadora do Programa Abrindo Caminhos, Viviane Lima, disse que a unidade atende duas crianças nas idades de 6 e 9 anos com o diagnóstico de autismo. “Foi uma situação nova quando os pais vieram matricular, mas com o apoio das psicólogas, pedagogas e dos pais tudo flui muito bem. O tratamento é o mesmo para todas as crianças. Isso inclui atenção, preocupação e muito carinho. Os pais também são super parceiros e nos relatam a evolução das crianças no que diz respeito às amizades, pois passaram a se relacionar com mais facilidade, sendo mais participativos nas brincadeiras”, disse.

A psicóloga do Poder Legislativo, Camila Sales, é que acompanha o Sávio. Ela garante que o trabalho realizado está trazendo resultados satisfatórios. “A minha avaliação é positiva. Além do trabalho individual que fazemos com a criança, orientamos aos pais a desenvolverem atividades estimuladoras no dia a dia, voltadas ao afeto, à interação social, as habilidades específicas e à melhora da autonomia”, explicou.

Por Marilena Freitas

SupCom/ALE-RR

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