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INCLUSÃO – Esporte e lazer ajudam na socialização de crianças com autismo

Programa Abrindo Caminhos, do Poder Legislativo, atende cinco crianças autistas, com acompanhamento profissional

Nesta terça-feira (2), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, para levar informações para a sociedade sobre o transtorno do espectro autista (TEA). A pessoa com essa síndrome pode apresentar dificuldades para se comunicar, interagir e usar a imaginação. Logo, treinar um esporte, dançar ou aprender algo novo pode ajudar a mudar esses aspectos.

Uma prova disso é Derick Barbosa, de 10 anos, que mesmo se comunicando bem em casa, enfrentava dificuldades para interagir com as outras crianças na escola. Ao começar a treinar jiu-jítsu e cursar informática no Abrindo Caminhos, o comportamento dele foi mudando as poucos. “Eu gosto dos professores… me ensinam a fazer jiu-jítsu… E quando eu conheci a luta eu fiz amigos aqui, e na escola”, disse.

O pai do aluno, Geraldo Barbosa, relata que o filho foi diagnosticado com o transtorno aos 6 anos, e desde que a criança iniciou atividades no programa Abrindo Caminhos, tem percebido uma melhora no desenvolvimento. “Mudou bastante coisa, ele tem melhorado com a gente, e na interação com outras crianças. O acolhimento aqui é o melhor possível, a minha família e o meu filho sempre foram bem recebidos.”

Em dois meses de aulas de jazz, a evolução da pequena Emilly Carvalho, de 9 anos, ainda é tímida, mas a mãe, Valéria Carvalho, acredita que a filha passará a interagir mais com o passar dos meses, principalmente na escola. “Desde que ela começou no Abrindo Caminhos, vi que ela se desenvolveu, está se adaptando mais com os coleguinhas. Acho muito importante essa iniciativa. Muitos pais não têm essa oportunidade que eu estou tendo.”

Atividades físicas e sociais

O professor do jiu-jítsu Bruno Romão explica que na turma há três crianças com autismo. Diante disso, ele procurou informações sobre a síndrome e adaptou a forma de ensino.  “Para conquistá-los, precisei demonstrar que o jiu-jítsu não é uma agressão, pois muitos tinham medo no começo. Tive que conversar muito e ensinar os golpes por meio de brincadeiras”, explicou.

A prática do esporte, dança ou outras atividades, pode ajudar a desenvolver as habilidades físicas, cognitivas e até as emoções. Em grupo, estas práticas possibilitam a inclusão social, como explica a assistente social do Abrindo Caminhos, Leila Melo. “As crianças ao participarem das atividades, apresentam um melhor desempenho tanto em casa como na Escola. Já recebemos muitos relatos dessas melhorias por parte dos pais”, explicou.

Atualmente o Abrindo Caminhos em Boa Vista atende cinco crianças autistas, acompanhadas de perto por uma assistente social. Uma das caraterísticas de um pessoa com autismo é o apego à rotina, e diante de uma nova atividade, a criança pode apresentar medo ou insegurança. Por isso a importância da presença da profissional, para mediar essa transição junto com os pais.

Direitos e sensibilização

O Poder Legislativo aprovou leis que garantem direitos a pessoas com autismo, além de promover discussões sobre a causa. Os principais deles são:

  • Criação do programa de sensibilização e a obrigatoriedade da reserva de vagas, na rede pública e privada na educação, para crianças e adolescentes.
  • Proibição de cobranças de valores adicionais ou sobretaxas para matrícula ou mensalidades nas instituições de ensino público e privada.
  • Criação da Política Estadual de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), no sentido de desenvolver políticas públicas como pesquisas científicas, atenção na saúde, inserção no mercado de trabalho, e a capacitação dos profissionais para melhor atendimento especializado.
  • Instituição da Semana do Autismo, no período de 1 a 7 deste mês, e o Dia da Conscientização sobre o Autismo, no dia 15 do mês, para promoção de discussões para informar a população sobre a causa.
  • Documento de identificação para pessoas autistas. Uma forma de facilitar o atendimento dessas pessoas, nas unidades de saúde e na educação uma vez que, em muitos casos, a condição não é perceptível visualmente. A matéria está sendo analisada pelo poder Executivo.

Texto: Vanessa Brito

Foto: Eduardo Andrade

SupCom ALE-RR

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