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Movimento chama atenção para o tráfico humano e exploração sexual

Mulheres amarradas, amordaçadas e oferecidas como um produto à venda, caixa térmica com simulações de órgãos humanos colocados em exposição. Pessoas que passaram em frente à Igreja Cathedral na manhã desta segunda-feira (23) expressaram espanto ao ver estas e outras cenas interpretadas por servidores da Procuradoria Especial da Mulher, da Assembleia Legislativa, e do Exército da Salvação.

Em uma das abordagens, um dos atores fazia o papel de aliciador e ofereceu a um motociclista uma das mulheres, encoleirada, com expressão de tristeza e marcas de violência pelo corpo. “Estou vendendo esta mulher e ela vai te servir muito”. “Não, não. Que isso?!”, indagou o homem. “Isso existe mesmo?”, continuou.

O movimento foi alusivo ao Dia Internacional Contra Exploração Sexual e Tráfico de Crianças e Mulheres, no dia 23 de setembro, instituído há 95 anos pela Lei Palácios, da Argentina.

Em 1999, durante a Conferência Mundial de Coligação contra o Tráfico de Mulheres, diversos países do Mundo decidiram pela internacionalização da data.

Quem parou no semáforo recebeu ainda um panfleto com informações sobre o tráfico humano e onde denunciar. A procuradora-adjunta Especial da Mulher, Socorro Santos, acompanhou a ação e falou sobre os trabalhos desenvolvidos pelo Poder Legislativo, principalmente com a criação do Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas, há três anos.

“Nesses três anos, além de campanhas, seminários, rodas de conversas, temos um papel de trazer todo mês alguma informação para que a comunidade possa saber que somos rota de tráfico de pessoas”, ressaltou Socorro Santos. Por isso, os movimentos de conscientização são executados permanentemente, na Capital e em municípios do Interior.

Um exemplo é que no próximo dia 24 de setembro, em Bonfim, fronteira com a Guiana, a Procuradoria Especial da Mulher estará reunida com a Rede de Proteção no segundo Seminário de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Abuso Sexual. “Juntamente com a comarca de Bonfim, a Prefeitura, vamos realizar com estes entes esse trabalho que é de suma importância nesta fronteira”. Há ainda outra programação a caminho: em novembro, em Pacaraima, fronteira com a Venezuela.

O Núcleo de Promoção, Prevenção e Atendimento às Vítimas de Tráfico de Pessoas desenvolve o projeto Educar é Prevenir, com palestras e capacitações da comunidade escolar e corpo docente sobre o tema. Em novembro deste ano, será atendida a 31ª primeira escola pela equipe. O coordenador, Glauber Batista, acrescenta que este trabalho tem ganhado visibilidade e resultados entre a comunidade escolar. “O principal objetivo do Núcleo é trazer essas questões de prevenção, tanto nas escolas, quanto trabalhos que a gente faz de panfletagem para prevenir as pessoas”.

Parceira da campanha permanente, a ONG (Organização Não Governamental) Exército da Salvação tem focado no combate e prevenção ao tráfico humano. “Conscientizamos a população de um crime tão silencioso e precisamos que a população acorde em relação a isso para que não caia em nenhum golpe”, explicou a coordenadora Jaqueline Silva.

Com ações diretas a imigrantes em Roraima, como aulas de português para estrangeiros, orientações a mães, a ONG tem encontrado situações que caracterizam tráfico humano. “A gente tem ouvido falar de questões, inclusive situações que podem ser como tráfico, principalmente com bebês, é importante que as mães estejam atentas a isso”, complementou Jaqueline. Situações concretas, são repassados a autoridades competentes.

Texto: Yasmin Guedes

Foto: Alex Paiva

SupCom ALERR

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