Sete empresas e três pessoas investigadas pela CPI da Saúde (Comissão Parlamentar de Inquérito), da Assembleia Legislativa de Roraima, foram alvo da quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico. As informações já começaram a ser coletadas e serão anexadas ao relatório. A informação foi dada nesta quarta-feira (9), durante reunião para oitiva de um depoente sobre processo de compras na área de ortopedia.
O presidente da CPI, Coronel Chagas (PRTB), informou que as informações serão analisadas por especialistas no cruzamento de dados telefônicos e de sigilo fiscal. Os membros solicitaram essa medida no mês de maio, para levantar dados sobre o processo de compra de equipamentos e insumos para combate ao coronavírus em Roraima. “É importante ressaltar que é a primeira vez na história da Assembleia Legislativa de Roraima que é feita a quebra de sigilo, sendo prontamente atendida pelos órgãos que foram demandados”, informou.
Ainda na reunião, na qual também participaram o relator Jorge Everton (MDB), o vice-presidente, Nilton Sindpol (Patri) e Eder Lourinho (PTC), houve deliberação de requerimentos, entre eles, a convocação do gerente geral da empresa Coopebras (Cooperativa Brasileira de Serviços Múltiplos de Saúde em Roraima), que terceiriza mão de obra médica, outra área com denúncias de irregularidades.
Nessa oitiva, a CPI coletou o testemunho de um empresário que disse já ter procurado órgãos fiscalizadores e a imprensa local para denunciar possíveis irregularidades na compra de materiais para atender na área de ortopedia. Entre os apontamentos, ele destacou um processo cancelado em 2019. “Eu mostrei que pelas normas da Anvisa, a forma como o processo 9977 estava sendo solicitado pela Sesau estava completamente errada porque ia expor o paciente a risco, e detalhe durante todo esse período, o Estado fez cirurgias de forma equivocada”, disse o empresário.
O vice-presidente da CPI, Nilton Sindpol explicou que as informações do depoente serão apuradas. “Essas informações serão confrontadas. Nós vamos encaminhar aos órgãos fiscalizadores para as providências devidas. Também vai constar no relatório final que será lido e, se aprovado, essas pessoas serão indiciadas.”
Texto: Vanessa Brito
Foto: Jader Souza
SupCom ALE-RR