Jalser exige do Governo Federal uma solução definitiva para crise migratória

Os ministros da Justiça, Torquato Jardim; da Defesa, Raul Jungmann; e do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sérgio Westphalen Etchegoyen, estiveram reunidos com autoridades locais na manhã dessa quinta-feira, 8, em uma sala da Base Aérea de Boa Vista, para discutir a situação dos imigrantes venezuelanos. Durante as explanações, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jalser Renier (SD), fez um desabafo acerca do tratamento dado a Roraima por parte do Governo Federal e cobrou uma solução definitiva e imediata para a crise migratória que assola o Estado.

“Nós precisamos que essas reuniões, sejam reuniões com começo, meio e fim. Não podemos simplesmente chegar aqui, ouvir e não sermos escutados, não adianta. Precisamos de uma ação”, frisou ele, que completou afirmando ser necessária uma “solução imediata”. “Precisamos de algo que seja feito de imediato porque daqui a pouco a população de Roraima vai padecer, o Estado vai padecer e as pessoas vão ficar numa situação difícil, de fome, de absoluta miséria”.

Jalser fez um breve histórico sobre os entraves pelos quais passa Roraima para alavancar seu desenvolvimento, citando a questão da energia elétrica via Linhão de Tucuruí, que até hoje não teve uma resolução, passando pela barreira na BR-174 na reserva indígena Waimiri-Atroari, fechada diariamente por 12 horas, e chegando ao quantitativo de terras demarcadas pela União em Roraima. “Os senhores me desculpem, isso aqui não é um discurso. É um desabafo porque é uma situação que nós já tentamos por diversas vezes. Isso aqui é um problema institucional, problema do Estado. Não existe bandeira política ou partidária, existe um pedido de socorro eminente de um Estado que sofre a cada dia que passa, pela miséria, pela falta de condições que Roraima precisa para se desenvolver”, ponderou.

Ele afirmou ouvir há mais de 20 anos que essas situações serão resolvidas. “Estou há 24 anos na vida pública e há 24 anos eu escuto isso: o Governo Federal vai tirar a barreira da 174, o Governo Federal vai resolver a questão da energia. E nós não chegamos a lugar nenhum”, ressaltou Jalser Renier.

O presidente da Assembleia pediu mais controle na fronteira Brasil-Venezuela, e também um esforço concentrado nas ações de acolhimento dos imigrantes quando chegam a Roraima. “São seres humanos que precisam de abrigo, de proteção”, complementou. O deputado salientou que o processo de migração venezuelana está desordenado, e que cada instituição divulga números diferentes, reforçando a necessidade de se fazer um censo.

Os técnicos da Casa Civil da Presidência da República informaram que a partir da próxima segunda-feira, dia 12, policiais federais à paisana darão início ao censo dos imigrantes, priorizando aqueles que estão vivendo em logradouros públicos, como praças, e que todos os acordos internacionais serão respeitados nesse processo. Também informaram que a interiorização de imigrantes terá início ainda esse mês com um grupo de mil pessoas, entre homens solteiros e famílias com crianças, que serão alocados em outros estados brasileiros, contando com a rede de acolhimento federal e propostas de emprego via empresas que já têm procurado escritórios da ONU (Organização das Nações Unidas) demonstrando interesse em mão de obra qualificada.

Por Élissan Paula Rodrigues

SupCom ALE-RR

ABRINDO CAMINHOS – Conhecimento pessoal ajuda na qualidade do serviço, diz palestrante

Conhecer o próprio local de trabalho e a contribuição dele dentro de uma sociedade foi o tema abordado na oficina ‘A arte de Comunicar Projetos Socioeducacionais’ na manhã desta quinta-feira (8), com continuação no período da tarde, para servidores do programa Abrindo Caminhos, da Assembleia Legislativa de Roraima.

A proposta do encontro é compartilhar conhecimentos sobre os programas permanentes desenvolvidos pelo Poder Legislativo, como o Fiscaliza Roraima, o Procon Assembleia, Cine ALE Cidadania, CHAME (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), por meio da Procuradoria Especial da Mulher, a Escola do Legislativo e o próprio Abrindo Caminhos.

Outro ponto da capacitação é preparar o servidor para convivência diária com os colegas de trabalho, com as crianças e adolescentes atendidos pelo programa, pais e a comunidade que procura a unidade em busca de informações. Este é o segundo dia de curso. Na quarta-feira (7), a temática abordada foi ‘Empreendedorismo no Ambiente de Trabalho’.

O professor de Futebol do Abrindo Caminhos, Anilton Silva, acompanhou as orientações e interagiu com os demais companheiros durante as dinâmicas. Para ele, esse momento é importante e garantiu que transmitirá todo conhecimento adquirido nesses dois dias aos colegas que não puderam participar das oficinas.

“Gostei bastante, estou aprendendo muitas coisas e esse meu conhecimento vou repassar aos outros professores por ser um curso muito bom e para eles fazerem também futuramente”, colaborou Silva. Além disso, contou que aplicará na rotina do trabalho e que isso trará rendimentos satisfatórios tanto com as crianças, quanto com os pais e no local de trabalho.

Atualmente, o programa Abrindo Caminhos em Boa Vista desenvolve o Futebol em 10 núcleos espalhados pela cidade e abrange cerca de 500 jovens, entre meninos e meninas. “Como sou um dos coordenadores, estou sempre visitando os polos para que possa levar conhecimento a eles e melhorar cada dia mais a atividade”, disse Anilton Silva.

O palestrante Ademir Barros, da Escola do Legislativo, realizou dinâmicas em grupo apresentou sobre os programas da Assembleia Legislativa. “Queremos motivar os funcionários com palavras de autoajuda e, principalmente, saber comunicar os projetos socioeducacionais, ou seja, saber transmitir o que é o programa Abrindo Caminhos, o que é o Cine Ale, o que é o Fiscaliza e interagir”, cujo intuito é esperar, assim, que os servidores consigam repassar as pessoas como funciona cada programa desse.

Para a coordenadora do Abrindo Caminhos, Viviane Lima, esses dois dias de capacitações deixaram ‘um gosto de quero mais’ para futuras parcerias, voltadas para qualificar ainda mais os colaboradores. “O dia de ontem foi muito proveitoso, hoje também e nós temos certeza que essa capacitação irá influenciar, não somente aqui no trabalho, mas também na vida pessoal”, enfatizou.

Por Yasmin Guedes

SupCom/ALE-RR

Equipe psicossocial do Chame atenderá dependentes químicos do Projeto Impacto

Drogas e álcool, duas substâncias perfeitas para desestabilizar e desagregar famílias. Preocupada com o resultado desses trágicos elementos químicos, o CHAME (Centro Humanitário de Apoio à Mulher), da Assembleia Legislativa de Roraima, fez uma parceria com o Centro Evangelístico Internacional, uma igreja do Rio de Janeiro, que desenvolve o projeto Impacto, que acolhe pessoas com dependência de álcool e drogas. O Centro irá ceder uma equipe psicossocial da instituição para que atenda tanto os dependentes químicos quanto a família deles, todas as sextas-feiras.

O primeiro encontro será nesta sexta-feira, 9, a partir das 10h, na sede do Centro Evangelístico Internacional, localizado na rua General Bento Gonçalves, nº 120, bairro Operário. “Manter e ampliar a parceria com essas instituições é muito importante porque ajuda a reduzir os índices de violência doméstica, obedecendo a um dos eixos do Chame que é a prevenção, para que juntos possamos combater e prevenir a violência contra as mulheres e as famílias. Onde estiverem esses agentes determinantes de violência nós vamos ajudar”, explicou a procuradora adjunta do Chame, Sara Patrícia.

Esse Centro Evangelístico, segundo informou Sara, não somente atende como também acolhe os dependentes químicos, “Essas pessoas moram lá e recebem todo o apoio necessário da instituição. E para somar com esse projeto, nossa equipe psicossocial vai lá orientar em que necessário for, tanto no atendimento psicológico quanto no social. Considero esse projeto fundamental porque problemas como drogadição ao alcoolismo se faz presente no cotidiano das nossas famílias. Então, quanto mais entidades, sejam elas governamentais ou não, criarem esse tipo de ajuda para essas pessoas é sempre muito válido”, reforçou.

O pastor Nilton Junior, responsável pelo Centro Evangélico, disse que propôs a parceria com o CHAME depois de conhecer o trabalho durante uma conversar com a procuradora do Chame, deputada Lenir Rodrigues (PPS). “Hoje temos 32 dependentes químicos sendo cuidados pelo Centro Evangélico. Nosso espaço, uma chácara no bairro Operário, é muito precário, e a maioria deles dorme em redes atadas nas árvores. Realizo diariamente algumas atividades como o devocional e as palestras, mas isso não é suficiente. Eu acredito na ciência, que deve caminhar lado a lado com a parte espiritual, sendo necessário que essas pessoas sejam acompanhadas por profissionais como psicólogo e assistente social, os quais serão cedidos nessa parceria com o Chame”, explicou, ao salientar que a instituição vive de doações.

O Centro Evangélico, segundo o pastor, existe há mais de 30 anos no Estado do Rio de Janeiro. Em Roraima funciona há mais de um ano. “Inicialmente abri as portas da minha casa para acolher essas pessoas, mas com o aumento da procura tivemos que pensar em um espaço maior. A maioria deles é jovem na faixa etária de 19 a 25 anos. Temos também três pessoas mais maduras com idades de 54, 50 e 44 anos”, contou.

 

Por Marilena Freitas

SupCom/ALE-RR

EM CARACARAÍ – CHAME investe na parceria com escolas para identificar casos de violência doméstica

O Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), da Assembleia Legislativa de Roraima, no município de Caracaraí, a 170 km de Boa Vista, está investindo em parceria com as escolas, para identificar, por meio do corpo docente, casos de violência doméstica. O Centro funciona no Núcleo da Assembleia, localizado na avenida presidente Kennedy, 1151 – Centro.

Conforme explicou a advogada e responsável pelo Chame na unidade do Poder Legislativo em Caracaraí, Brunnasshoussens Silveira de Lima Monteiro Saboia, desde a inauguração do Núcleo, no dia 18 de dezembro do ano passado, o órgão que defende a mulher tem recebido demandas relativas a divórcio, pensão alimentícia, guarda dos filhos e questões de terras.

Brunnashoussens disse que quem procura atendimento no Chame sai com um encaminhamento. “As demandas que estamos recebendo encaminhamos para a Defensoria Pública do Estado (DPE), Ministério Público de Roraima (MPRR) e aos demais órgãos competentes. Mas antes de encaminharmos essas mulheres para essas instituições fazemos um atendimento prévio porque entendemos que após um divórcio, por exemplo, a família vai precisar do acompanhamento de um psicólogo e de um assistente social, principalmente se tiver criança envolvida no processo”, disse, ao ressaltar que as pessoas são orientadas neste atendimento prévio sobre quais os documentos e os meios necessários para chegar até as instituições competentes que vão solucionar o problema.

Este mês, contou a advogada, uma equipe multidisciplinar do Chame em Boa Vista, formada por advogada, psicóloga e assistente social, irá ao município para tratar desses assuntos voltados às mulheres e também à família. “Enquanto isso, estamos investindo em palestras, oficiando escolas e o Conselho Tutelar sobre o programa voltado para essas mulheres que necessitam do acolhimento que o Chame proporciona. Estamos, através das escolas, incentivando os professores a identificar quem está sendo alvo da violência doméstica, para que repassem o caso para o Chame ajudar”, afirmou.

Por Marilena Freitas

SupCom/ALE-RR

Relatório aponta que existem mais de 54 mil venezuelanos em Roraima

Um relatório sobre a crise migratória de venezuelanos em Roraima traz reflexos nos sistemas públicos de Saúde e Segurança. O documento foi apresentado e entregue pelo presidente do Parlamento Amazônico, deputado Coronel Chagas (PRTB), ao presidente Michel Temer (MDB), em audiência esta semana em Brasília.

Segundo dados da Polícia Federal, atualmente existem 54.764 venezuelanos em Roraima. “É um número muito grande, e isso está provocando uma demanda por serviços públicos no Estado, que não tem condições de atender de maneira eficaz os roraimenses e nem toda essa população de venezuelanos. Esses números podem ser ainda maiores, porque muitos entram em Roraima, mas não solicitam o pedido de refúgio na Polícia Federal”, afirmou Coronel Chagas.

O relatório diz que em 2016, segundo dados da PF, 74.613 venezuelanos entraram e 68.523 saíram de Roraima. Em 2017 foi registrada a entrada de 79.933 e a saída de 41.488. Somente no mês de janeiro deste ano já chegaram ao Estado 15.108 venezuelanos e no mesmo período saíram 5.708.

O parlamentar entende que é preocupante a situação vivida pelos venezuelanos que estão passando uma crise humanitária, em razão de questões políticas, econômicas e financeiras, fazendo com que milhares de pessoas atravessem as fronteiras da Venezuela procurando melhores condições de vida nos países vizinhos. “Mas temos que entender também o que passam nossa população e o Estado que no momento não tem infraestrutura para oferecer qualidade nos atendimentos. Se faz necessário uma solução urgente para essa problemática”, ressaltou o deputado.

Com a chegada em massa de venezuelanos ao Estado, o relatório aponta que na área de Saúde, em 2016, foram atendidos nas unidades de emergência 7.457 estrangeiros, enquanto no ano seguinte foram 18.241. “É um impacto nos serviços públicos, principalmente na saúde, sem contar na rede pública de ensino que são milhares de pedidos de vagas, uma disputa com crianças e jovens roraimenses”, ressaltou Coronel Chagas.

Sobre essa questão da migração venezuelana, Coronel Chagas afirmou que é de responsabilidade da União. “O Governo Federal tem os recursos e os meios necessários para fazer frente a uma demanda dessa envergadura, porque Roraima sozinho não tem condições. Quando detalhamos os números, conforme dados da Saúde, da Segurança Pública e da Polícia Federal, e quando ele observou o número de venezuelanos que chegaram em janeiro deste ano e a questão escolar, o presidente Michel Temer se mostrou surpreso e preocupado, e disse que o Governo Federal está tomando providências”, contou.

Por Edilson Rodrigues

SupCom/ALE-RR