Deputado defende que os trabalhos não podem girar apenas em torno dos abrigos, mas na estrutura do Estado para atender as demandas de saúde, educação e segurança
Fotos: SupCom ALERR
O deputado Joaquim Ruiz, (PDT), usou a tribuna durante a sessão desta quarta-feira (20), na Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR), para falar sobre a atual situação que vive o Estado quanto ao crescente número de imigrantes que cruzam a fronteira Brasil/Venezuela todos os dias.
Ele iniciou o discurso citando a recente visita da equipe do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH), ocorrida na terça-feira (19), quando integrantes do Conselho visitaram abrigos de refugiados e se reuniram com organizações não governamentais e órgãos públicos.
Joaquim afirma que os trabalhos não podem girar em torno apenas dos abrigos ou das condições de acolhimento dos imigrantes, mas devem focar na estrutura do Estado em atender as demandas de saúde, educação e segurança.
“Hoje o Governo do Estado trabalha com recursos limitados e o Governo Federal não tem enviado nem um centavo para ajudar no combate à criminalidade. Gostaria que o Conselho Nacional de Direitos Humanos visitasse as penitenciárias e cadeias de Roraima, pois a população carcerária do Estado já representa 12% da nacional incluindo os presos venezuelanos”, apresentou o parlamentar.
Ele disse ainda que se nenhum posicionamento da União for tomado para organizar a entrada de imigrantes venezuelanos em Roraima, o Governo do Estado terá que tomar medidas energéticas no controle de fronteira. “A partir do próximo mês [julho], todo o cidadão estrangeiro que queira entrar em Roraima, terá que apresentar o atestado de antecedentes”, revelou Joaquim durante o discurso.
Em continuidade ao discurso, Joaquim disse que o caos está instalado e que, de acordo com um relatório apresentado pela Prefeitura Municipal de Boa Vista, seria necessária a construção de dois abrigos por dia para atender a demanda das pessoas que buscam refúgio em Roraima. Ele citou ainda que os índices de violência cresceram em função do aumento populacional e fragilidade das fronteiras. “Precisamos olhar nosso Estado com mais atenção. Ao mesmo tempo em que estão entrando pessoas boas, bandidos também estão cruzando a fronteira, além de armas de grosso calibre, contrabando e tráfico de drogas. Repito, é necessário controlar isso”, concluiu.
Líder do “Blocão” diz que governo não tem
competência para lidar com a crise migratória
Em contribuição ao discurso de Ruiz, o deputado George Melo (DC), líder do bloco oposição ao governo na Assembleia (o chamado “Blocão”), disse que concorda com as observações feitas por ele, porém duvida da competência da gestão do Poder Executivo. “Até hoje não vi competência nesta equipe para gerir nada. É carro da polícia sem combustível, falta de material nos hospitais, por isso eu duvido que tenha condições para amenizar a crise migratória em Roraima. Infelizmente estamos à mercê dessa situação por que essa gestão é ruim demais”, criticou George.
Usando o tempo da liderança, o líder do Blocão reforçou as críticas ao governo de Suely Campos (PP) ao afirmar que nunca veio tanto dinheiro para o Estado como agora. “Não é suficiente, pois infelizmente esse governo não tem limites. Rezo todos os dias para que ele [governo atual] acabe, pois ninguém aguenta mais”, reafirmou Melo ao acrescentar que a corrupção está imperando em Roraima.
Para rebater os comentários de Melo durante a fala de Joaquim Ruiz, o líder do Governo na Assembleia, deputado Brito Bezerra (PP), afirmou que o Governo está fazendo de tudo para administrar Estado em benefício de todos. “Nenhuma gestão na história de Roraima enfrentou tantos problemas quanto a governadora Suely Campos (PP). Tivermos avanços no setor produtivo e para os servidores públicos. Hoje se coloca bolso do servidor R$168 milhões de reais a mais aprovados por meio de Planos de Cargos e Carreira e Remuneração (PCCR), mas não tem como fazer tudo”, defendeu o líder do governo.
Tarsira Rodrigues
SupCom ALERR
