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Depois de visitar o Hospital Geral de Roraima (HGR), no domingo passado, e de constatar um quadro agravante que vai da falta de higiene a medicamentos básicos, o deputado Jorge Everton (MDB) usou a tribuna na sessão Legislativa desta quinta-feira, 24, para tornar pública a mensagem de um acompanhante de paciente, que denunciou a falta de contraste para a realização do exame de cateterismo do pai, um idoso de 73 anos, diabético, que teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral), e está há mais de um mês internado naquela unidade de saúde à espera do procedimento. Ele reforçou o pedido de apoio aos colegas para votar o requerimento de convocação do secretário de Saúde, Ricardo de Queiroz.
“Isso é inaceitável. Esse senhor de idade está correndo risco ainda maior pelo fato da situação do HGR, que é de conhecimento público, pois durante a inspeção feita junto com a promotora da Saúde, Jeanne Sampaio, vimos uma realidade onde os pacientes têm a vida colocada em risco, de pegar uma infecção e agravar o quadro, que inicialmente é algo simples de resolver”, relatou Jorge Everton.
“Nossa população está desassistida por falta de organização da Secretaria de Saúde. Precisamos aprovar o requerimento para que o atual secretário da pasta venha a essa Casa prestar esclarecimentos, dizer o que será feito para resolver o problema. Após a visita de domingo, já foi providenciada a limpeza dos ares condicionados. O secretário já cobrou a limpeza do hospital, mas precisamos de mais. Fui informado que a Sesau vai funcionar só um expediente. Se com dois expedientes não está conseguindo resolver os problemas da saúde, imagina com um expediente”, criticou.
O tema também recebeu duras críticas dos demais parlamentares, os quais asseguraram que o Estado enfrenta essas dificuldades por falta de governança. “Há mais de dez anos a saúde de Roraima clama por melhoras, por um gestor de responsabilidade. A população sente saudade do velho Ottomar Pinto (ex-governador de Roraima), que sempre cuidou da saúde e não deixava que as aves de rapina sugassem a vida das pessoas. O Estado precisa de mudanças, não de promessas, mas de plano de governo”, afirmou.
O deputado Valdenir Ferreira (PV) também não poupou críticas. “Hoje o desabastecimento da Secretaria de Saúde é extremamente grande. Tenho certeza que o que falta, de fato, dentro da Secretaria de Saúde são pessoas comprometidas com o nosso Estado. Lá existem diversos setores que trabalham coligados, e tenho certeza, absoluta, que tem pessoas escolhidas por nível político, e não pelo caráter. Na Saúde temos que escolher pela capacidade de gestão, porque essa é uma pasta muito complexa. Temos que cobrar do secretário que coloque nos departamentos pessoas comprometidas com quase 600 mil habitantes do Estado”, reforçou, ao salientar que é preciso juntar forças para aliviar as dificuldades da saúde.
O deputado Diego Coelho foi contundente nas críticas. “Recentemente foi inaugurado o Hospital das Clínicas, mas hoje ele funciona como ‘Hotel das Clínicas’ porque recebe apenas os pacientes estabilizados, mas todo procedimento que tem que ser feito, a equipe técnica, que é muito grande, coloca o paciente em uma ambulância e leva para o HGR. Para que se montou se não pode fazer os procedimentos dentro do Hospital das clínicas”, questionou.
Coelho denunciou que uma jovem morreu nesta quarta-feira, 23, no HGR, vítima desse sistema. Ele acusa a governadora pela má gestão. “A governadora é culpada! Acompanhei da internação ao falecimento dessa jovem, por negligência, por falta de compromisso, de material. Até a declaração de óbito foi forjada dentro do hospital, para encobrir certos médicos, para que não venham ser prejudicados lá na frente. Fica aqui meu repúdio, a esse governo que não tem compromisso com a saúde pública”, denunciou, ao dizer que o atual governo “é referência na inauguração de pontes de madeira e na maquiagem de escolas”.
Combustível – Diante dos costumeiros aumentos de combustíveis, o deputado Jorge Everton disse que vai propor uma indicação ao Executivo estadual para a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis, assim o como reduziu esse imposto para o combustível usado nas aeronaves, evitando dessa forma, que as empresas aéreas retirassem parte dos voos para o Estado de Roraima.
Marilena Freitas
SupCom ALERR