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Feminicídio e machismo estrutural são temas abordados em live promovida pela ALE-RR

Os casos de feminicídio no Estado, machismo estrutural e violência sexual foram alguns dos assuntos questionados pelos internautas durante transmissão ao vivo promovida pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR).  O bate-papo foi transmitido nesta quinta-feira (10) pela TV Assembleia (canal 57.3), e marcou o fim da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” e celebrou o Dia Internacional dos Direitos Humanos, nesta quinta-feira (10).

“Estou atordoada com os casos de feminicídio em Roraima”, comentou uma internauta preocupada com as ocorrências recentes noticiadas pelos jornais locais. Para prevenir casos como estes, a procuradora Especial da Mulher, Lenir Rodrigues (Cidadania), explicou que além de acolher as vítimas, o CHAME (Centro Humanitário de Apoio à Mulher) leva informação na capital e interior, e também faz um trabalho de educação com os homens.

“Para nós acabarmos com esse ciclo, temos um trabalho que é fazer com que os homens tenham essa consciência. Não adianta fazer palestras apenas para as mulheres, nós temos que fazer para o público masculino, então, em 2016, foi criado o Núcleo Reflexivo Reconstruir”, explicou Lenir.

Durante a live, foi explicado que toda a violência começa com os abusos. Uma das barreiras que impedem a mulher de sair de um relacionamento abusivo é acreditar que o agressor pode mudar. A psicóloga do CHAME, Sângida Teixeira, apontou que essa fase no ciclo de violência é conhecida como a lua de mel.

“Esse parceiro agride e depois promete que nunca mais vai fazer isso. Ele agrada por uma semana, dias e meses maravilhosos, sai para jantar e compra presentes. Nessa fase, a mulher cria esperanças, acredita que a versão dele verdadeira é essa da lua de mel, e que nos momentos de estresse e agressão, a culpa é dela”, disse.

Já a coordenadora do CHAME, Elizabete Brito, alertou que não podemos seguir aquele ditado popular que “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Ela encorajou a população a não fechar os olhos para esse crime. “Se estou ouvindo a minha vizinha apanhar, um barulho estranho, sei que está acontecendo algo errado, por que não ligar para a polícia? Pode sim, não precisa se identificar, você estará fazendo muita coisa, ao fazer uma denúncia”.

As profissionais esclareceram ainda que em muitos casos, a vítima tem dificuldades de reconhecer a violência, porque ela pode ser sutil, fruto de um machismo estrutural, que faz com que atitudes que desfavorecem as mulheres sejam naturalizadas pela sociedade.

Um exemplo é quando o parceiro obriga a mulher a não usar um método contraceptivo. “Isso é uma violência sexual, isso está previsto na Lei Maria da Penha. Obrigar a mulher tomar um medicamento, engravidar, ter uma relação, abortar, tudo isso é violência sexual e precisa ser denunciado e rompido”, explicou a coordenadora do CHAME, Elizabete Brito.

16 DIAS

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres é uma campanha anual e internacional que começa no dia 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. No Brasil, a mobilização abrange o período de 20 de novembro a 10 de dezembro.

Foi iniciada por ativistas no Instituto de Liderança Global das Mulheres, em 1991, e continua a ser coordenada anualmente pelo Centro para Liderança Global das Mulheres. É uma estratégia de mobilização de indivíduos e organizações, em todo o mundo, para engajamento na prevenção e na eliminação da violência contra as mulheres e meninas.

Texto: Vanessa Brito 

Foto:  Eduardo Andrade 

SupCom ALE-RR 

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