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Aluna denuncia que empresa transporta em única viagem até 12 alunos em caminhoneta L-200

Foto: SupCom ALE-RR

Há 49 dias sem aulas por falta de transporte escolar, pais, professores e alunos da Escola Estadual Albino Tavares pediram ajuda ao Poder Legislativo durante a audiência pública realizada na manhã dessa quarta-feira, 22, para resolver a situação. Todos temem perder o ano letivo e alegam estar cansados da inoperância do Governo do Estado.

Durante a audiência, a aluna Adria Ricarte denunciou que uma das empresas responsáveis pelo transporte escolar, quando estava ativa, transportava em uma caminhoneta L-200, em única viagem, até 12 alunos, colocando em risco a vida dos passageiros. Cinco autoridades foram convidadas a participar da discussão, mas nenhuma compareceu, entre elas representantes da Secretaria Estadual de Educação (Seed) e da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz).

Além de Naldo da Loteria (PSB), autor do requerimento que resultou na audiência, participaram a deputada Lenir Rodrigues (PPS), o deputado Diego Coelho (PTC) e deputado Jorge Everton (MDB). “A secretaria de Educação sequer se deu o trabalho de vir participar. Isso mostra bem a responsabilidade que esse Governo tem com a educação. Essa audiência é para que todos tomem conhecimento do descaso que está a educação por falta de gestão, aliás todos os setores no Estado”, disse Naldo.

Na audiência, duas empresas (Asatur e Costa Higino) foram citadas como prestadoras de serviço naquela localidade. Naldo fez questão de mandar um recado para as empresas, que na opinião dele, só devem entrar numa licitação se tiverem lastro. “Quero dizer às empresas que para prestar serviço ao poder público tem que ter responsabilidade. Brigam para ganhar a licitação, mas quando não recebem punem quem menos merece, que são os alunos”, criticou.

A deputada Lenir Rodrigues, que preside a Comissão de Educação na Casa, disse que o relatório da audiência será encaminhado para a Secretaria de Educação, Ministério Público e Defensoria Pública. Por ser educadora, a parlamentar ressaltou que a situação dos alunos é muito crítica porque o conhecimento perdido durante os 49 dias sem aulas não será reposto. “Vamos enviar o relatório porque representantes de nenhum dos órgãos convidados compareceram, mas em respeito aos que vieram, atendemos a população no plenário. Acredito que a Secretaria de Educação vai agir rápido no caso da Escola Albino Tavares porque acabamos de falar com a secretaria, e ela disse que iria resolver junto à governadora”, afirmou.

Indignados e, ao mesmo tempo, emocionados, pais, professores e alunos relataram que, além do transporte escolar, os alunos padecem com a péssima estrutura da escola com pouca iluminação, ventilação, banheiros quebrados e a descontinuidade da merenda escolar.

Durante a audiência, professores e pais afirmaram que o transporte escolar não está prestando serviço por falta de pagamento às empresas. Segundo a agricultora Valdina Teixeira, mãe de aluna, antes do recesso, após uma manifestação da comunidade que fechou a BR-174 por três dias consecutivos, foi feito um acordo com as empresas. “Depois desse protesto o transporte escolar regularizou, mas logo em seguida começou o recesso, e desde o dia 13 de julho as aulas não retornaram porque o acordo não foi cumprido”, contou Valdina.

Emocionado, o agricultor Joanes Ricarte Anão, pai de aluno, questionou qual será o futuro desses alunos sem estudar. Ele classificou a situação como “vergonhosa”. “Nunca imaginei que um dia iria usar essa tribuna, porque nossos representantes existem é para nos representar. Tudo isso está acontecendo por culpa do governo que não pagou as empresas, mesmo sendo dever do Estado pagar. Queria que vossas senhorias tomassem providências porque vocês são nosso último suspiro”, clamou.

 

Marilena Freitas

SupCom ALERR

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